Inteligência Competitiva? Para que? Por quê?
Podemos simplesmente responder a pergunta: para o jornalista Larry Kahaner, inteligência competitiva é um programa sistemático de coleta e análise da informação sobre atividades dos concorrentes e tendências gerais dos negócios, visando atingir as metas da empresa.
Mas porque este tema vem ganhando importância no mundo e agora de forma muito crescente no Brasil?
A crescente competição entre empresas, produtos e serviços é uma resposta. Mas como implantar um Sistema de Inteligência Competitiva, que na verdade terá forte base na informação analisada e principalmente que leve a tomada de decisão por parte da empresa?
Para isso, algumas considerações iniciais se fazem necessárias.
Inicialmente é oportuno pensar que para obter informação analisada sobre a concorrência, exige-se inteligência desde o início do seu processo.
A necessidade desta informação competitiva nasce do conhecimento do ambiente que a empresa atua e o que e como ele pode afetar sua performance, e do conhecimento da dinâmica do negócio em questão. Identificar e entender esta necessidade, expressá-la e criar estratégias para atendê-la demanda diversas competências dos próprios gestores que usarão a informação. É ai que começa a inteligência.
É fato que, continuamente, gestores de diversos segmentos têm mais necessidade de obter informação relevante, de forma rápida e confiável sobre a concorrência, para tomada de decisões estratégicas em relação a mercados, produtos, preços, posicionamento competitivo, dentre outras.
Entretanto, em meio a ambientes concorrenciais caóticos e com tanta informação disponível, ter a habilidade de identificar aquela que realmente se necessita e o tipo que atenderá às necessidades ou problemas informacionais, têm sido um grande desafio. É preciso investir tempo, conhecimento, capacidade reflexiva e analítica, pensamento crítico e competências múltiplas para construir significado a partir de qualquer informação disponível.
Uma vez obtida a informação, avaliar sua qualidade e aplicabilidade à necessidade identificada, organizá-la de forma a ser utilizada na prática, ser capaz de inseri-la e integrá-la a conhecimentos e experiências já adquiridas e ciclicamente, construir novos conhecimentos a partir dela, usá-la para a ação e, o mais difícil, potencializar seu uso e reuso por outros profissionais e socializar seu acesso físico e intelectual; exige inteligência por parte de todos os envolvidos. É o que, na Ciência da Informação, chamamos de ‘competência informacional’.
Neste cenário, a interação crescente com a informação digital e o uso massivo de tecnologias facilitadoras e mediadoras do acesso à informação, não garantem essa inteligência necessária para se obter o domínio na busca e uso da informação.
Não é suficiente, portanto, que profissionais internos ou uma empresa falem, criem, adquiram e entreguem produtos de “inteligência competitiva” (relatórios, análises, papers, entre outros) para as áreas de marketing, negócios ou vendas de uma empresa.
É necessário também se preocupar em aliar e fomentar competências outras para garantir que a inteligência criada e entregue poderá ser utilizada, aplicada e compartilhada…com muita inteligência
Fonte e Dica de leitura: Kahaner, Larry. Competitive Intelligence: how to gather, analyse, and use information to move your business to the top. New York: Simon & Schuster, 1997.
Por Alfredo Passos
Fonte: Administradores.com.br